COLÓQUIOS SOBRE DISCURSO E SOCIEDADE - 4
Uma série de palestras sobre condutas linguísticas, estruturas sociais e ideologias

Celso Alvarez Cáccamo

Quando as línguas não existem: Códigos comunicativos e variedades linguísticas na fala “galego/espanhol”

Sexta-Feira (Venres), 15 de Janeiro 1999, 12 horas
Salão 0/9, Faculdade de Filologia

RESUMO: Desde os trabalhos pioneiros de Weinreich e Haugen nos anos 50, o estudo da conduta chamada "bilíngue" fundamenta-se no estático mito da separabilidade linguística polo qual, se as "línguas" distintas existem para o investigador, "línguas" distintas e separáveis devem portanto existir (e ser achadas) na fala da pessoa "bilíngue". Daí a produtividade que tivo o conceito code-switching, ou "alternância de códigos", para descrever a variabilidade comunicativa em certas comunidades de fala, como a galega.

Mas está a ser cada vez mais evidente que amiúde a realidade da fala desafia este paradigma da separabilidade linguística. Factos sócio-comunicativos como o chamado "castrapo" não são simples etiquetas para designar uma soma de elementos de duas "línguas". As intenções comunicativas exprimem-se por meio de elementos que parecem pertencer a variedades distintas; mas nem sempre o fazem do jeito mais evidente. Na comunicação, os seres humanos somos multimédia. Se os códigos comunicativos existem, parece lógico que eles sejam fruto duma capacidade humana prévia e relativamente independente das "línguas" e da natureza "monolíngue" ou "bilíngue" do falante.

Neste trabalho apresenta-se uma visão alternativa da noção de código frente a variedade (e, consequentemente, de code-switching frente a alternância linguística), e discute-se este modelo em base a um fragmento de fala tomado duma gravação dum programa da TVG.

Organiza: Depto. de Filologias Francesa e Galego-Portuguesa
Coordena: Celso Alvarez Cáccamo, Área de Linguística Geral

Para mais informação: 981 167000, ext. 1888
correio electrónico: lxalvarz@udc.es