Pensamento, crítica e criação em galego-português
António Ramos Rosa
Ó presenças amigas, ó momento
Estou perante a noite mais profunda:
Atravesso árvores submersas, ruas obscuras
A terra que penetro é este chão de terra
1973-74
ATÉ ONDE VÓS ESTAIS
em que alongo o abraço e toco em cheio os rostos.
A minha língua abriu-se para dizer a face
do vento que percorre as vossas vidas.
a delicada noite das raízes: vejo rostos,
vejo os sinais e os suores das vossas vidas.
poças de água verde, e vou convosco ter
minhas faces lívidas, mãe, amigos, amores.
com as raízes feridas, com os ferozes pulsos,
a vertente que desço é uma subida às vossas vidas.
Dous povos que provavelmente são o mesmo reunem-se de novo neste espaço. |
Çopyright 17:
A faísca da morte,
Xosé MĒ Álvarez Cáccamo
Çopyright 19:
Auto-retrato,
Carmen Panero (relato); ilustração de Antón Goyanes