Pensamento, crítica e criação em galego-português
Uma botelha no deserto
O que é o exílio
A tolémia não tem
cor
A longa jornada dos que falam do
absoluto-lento
Resposta
Jamais um incêndio fora tão
breve
Fim de Çopyright 7
Forom caminhando no
centro do medo
e tinham a agilidade
do ruído solúvel.
Árvores fazendo
as maternidades do loito
árvores lentas.
O fogo e a sua lupa,
a minha avidez
sem mensages.
O que é o exílio
(poema em forma de jogo infantil)
Os meus sonhos abertos pecham a fala
A fala clara não cita provas
Provas uma droga máis doce
Doze messes de inverno na janela
Janela flor negra dos pesadelos meus
Um martelo medrou na minha cabeça, sem ruído. Nas notas necrológicas do jornal, sonhos e críticas de circo -e de cando em cando algum comentário sob as rugas.
Deita o teu corpo numa lâmina de
cristal. Agarda toda a noite, dormindo.
Manhã terás os negativos dos
teus pesadelos.
Ti es a magia, ti a estafa. O martelo da tua cabeça crava o desejo de sonhar esperto, do lóstrego permanente na seiva do absoluto lento.
A longa jornada dos que falam do absoluto-lento
Tremes e tes
a mestria do fume,
soas e semeas
as jóias do loito.
A cidade, ao longe,
lembra o rumor duma discussão repetida:
meu coração é de mármore
e as tuas mãos tamém tenhem a idade do universo.
Eu enteiro: um atopar torpe nas ruas do medo
uma estátua esculpida na cinza:
eu enteiro:
duas mãos para falar
para (ou não, depende)
marcar a culpa, a seriedade
a mortalidade
da alma.
É renhida a história do universo
é confusa a idade das minhas mãos
é parcial a idade do universo,
as minhas mãos tenhem melhor que uma idade
tenhem feridas
sem dor
(o sorriso do
tempo).
Eu não sou leitor dos teus deuses
eu não repito o lume, a sua noite prometida
eu, nos bairros baixos,
sou só a garda das ruínas.
E mentirei, e mentirei moito máis
e não sei
se
a minhas mãos terão a mocidade do universo.
Porém, embora o que sei e não sei
terás
ti a martelada
do universo
nas
tuas mãos.
Jamais um incêndio fora tão
breve:
hoje pudem recolher as verdades polidas
no fundo do mar.
Depois de trabalhar,
o tempo gosta de oferecer-se jogos inúteis
antologia de
danças de coitelos
ou as rugas
tiritando nas gretas do espelho,
e em seguida limpa e seca a folha dos coitelos
nas
lápides.
Escoitei os sonhos que não lavravam o cérebro.
Çopyright 6:
7 POETAS:
José António Lozano
Çopyright 8:
Gavetas de vidro,
Pedro Diniz de Sousa