Dois conceitos ambíguos: "análise do discurso" e "pós-modernidade": convergência ou divergência?; convergências e divergências?


Carmen Vidal Bouzón

Universidade da Coruña


Nestes tempos que correm, "pós-modernidade" é o termo ambíguo por autonomásia. Todos temos participado em conversas onde alguém pronuncia a palavra como se o conjunto das suas referencialidades fosse uno sem discussão. Mas se preguntássemos o significado à concorrência, recopilaríamos definiçäes do mais variadas. Porque "pós-modernidade" é a típica expressão que todos cremos compreender simplesmente por sermos cidadãos de fins do milénio. Algo similar acontece no heteróclito âmbito conformado pelas diversas disciplinas linguísticas direta ou indiretamente vinculadas nos seus procederes com umas práticas investigadoras qualificadas como «análise do discurso». Assim, qualquer estudo que reflexione ou diga algo sobre um texto (noção também deslizante) poderia ser susceptível de autoadscrever-se ou de ser adscrito à «análise do discurso».

Estes dois âmbitos teóricos, «pós-modernidade» e «análise do discurso», compartilham não apenas a ambiguidade á hora de as definir, mas também uma certa conexão: muitas das produçäes que se dizem de «análise do discurso» são consideradas discursiva ou metodologicamente pós-modernas. Além disso, certos objetos de investigação (género, meios de comunicação, quotidianeidade, moda...) são comuns, e especialmente privilegiados por elas, às aproximaçäes do real realizadas por disciplinas de adscrição pós- moderna e de adscrição analítica do discurso.

Assim, trataremos de fixar limites que nos permitam dizer que é ou que não é «pós-modernidade» ou «análise do discurso», assim como os seus encontros ou desencontros.


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